Até meados dos anos 2000, fazer marketing no Brasil – e no mundo – era coisa de tubarão. Isso porque as estratégias de marketing se baseavam em atração de clientes por meio de anúncios e, quanto maior o veículo, maior o retorno. Porém, quanto maior o veículo, maior o investimento. Felizmente, esse cenário mudou com a popularização do inbound marketing.
Inbound marketing é uma técnica que deixa um pouco de lado as linhas gerais do marketing tradicional – do outbound marketing – que basicamente se baseia no uso de propagandas com a única finalidade de promoção e atração, fazendo a empresa ir até o consumidor.
Acontece que até meados do final da primeira década do milênio, somente as empresas e marcas com vasto capital disponível para investimentos em marketing e propaganda conquistavam visibilidade. O inbound marketing trouxe uma nova perspectiva para marcas menores ao utilizar o conteúdo como forma de promovê-las.
No final da primeira década do milênio, o forte crescimento online também transformou a forma de consumo. Redes sociais como Twitter e Facebook mudaram a maneira como as pessoas se relacionam e, empresas como a Amazon e o Mercado Livre, a forma de vender.
O que antes era considerado de uso pessoal – as redes sociais – passou a ser visto como canal de comunicação e, desta forma, espaços para marketing. Nascia assim o inbound marketing que nada mais é do que promover marcas, produtos ou serviços com base em relacionamento e, em esfera digital, esse relacionamento acontece via conteúdo.
Pode-se dizer que o inbound marketing tem como objetivo gerar negócios baseados em autoridade de marca para que então a confiança necessária do consumidor cresça e ele contrate o serviço ou compre o produto. O consumidor não compra porque uma marca investiu mais tempo e dinheiro em propagandas de TV, por exemplo, ele escolhe com base em reputação.
Essa é uma característica importante dessa forma de se fazer marketing, a empresa não busca o cliente, o cliente é convencido de que a marca é autoridade em um determinado assunto e por isso a escolhe. O alicerce do inbound marketing é atrair, envolver e encantar o consumidor.
A mudança na percepção do consumidor
Somente na década de 80, o consumidor passa a comparar preço e qualidade. Antes disso, uma boa propaganda era responsável por despertar tanto desejo de compra que o público corria para as prateleiras do produto anunciado.
Passando para as décadas de 90 e 2000, o consumidor se torna mais crítico e o orçamento familiar também é um fator importante a ser analisado. A partir daí, as propagandas sedutoras e as atrações do marketing já não são suficientes e o consumidor começa a levar em consideração outros pontos para sua decisão de compra.
Com a facilidade de interação que os adventos online proporcionam às pessoas, já não basta ter um anúncio no horário nobre da TV, é preciso ser indicado por alguém real e é por essa razão que o marketing de influência cresceu tanto nos últimos anos.
Digitais influencers vendem suas imagens para falar sobre produtos – como autoridades que elas são em determinadas áreas – e assim aumentar a confiança na marca anunciada. Já não basta apenas atrair, é preciso provar para o consumidor que a sua marca é a melhor opção em meio a uma vastidão de concorrentes.
Outro ponto que mudou com o passar das décadas e com o crescimento da análise crítica do consumidor, foi a maneira de captação de clientes. Bater em uma porta apenas para apresentação de portfólio não é suficiente. A porta do cliente somente será aberta se você tiver algo a oferecer.
Como a base do inbound é o marketing de conteúdo, é importante entender que para uma boa estratégia é preciso produção constante, ferramentas para disparo desses conteúdos, tais como serviços de e-mail marketing, gerenciamento de redes sociais, um bom blog e estratégias de SEO – só para começar.
O inbound marketing democratizou a maneira de fazer marketing, possibilitando que a visibilidade, antes disponível apenas a grandes anunciantes, seja possível até mesmo ao pequeno produtor local.
Por que inbound marketing é um dos melhores investimentos para profissionais da saúde?
Profissões extremamente regulamentadas, como as da área da saúde, têm grandes limitações técnicas e sociais para fazer marketing. São inúmeras legislações e códigos de ética que proíbem, muitas vezes, o uso de técnicas de marketing e também de vendas. Mas como ter clientes se eu não posso atraí-los ativamente?
É comum profissionais da saúde usarem a boa, velha e eficaz propaganda boca a boca. No técnico, chamamos isso de marketing de indicação e ele é sim muito importante, principalmente quando você vai depositar sua vida nas mãos de outra pessoa. No entanto, como fazer isso ser ainda maior não dependendo exclusivamente de um grupo de conhecidos? Por inbound marketing.
Os profissionais da saúde não podem anunciar preços de suas consultas, não podem demonstrar técnicas e exercícios, não podem prescrever tratamentos, entre outros, mas podem tirar dúvidas e mostrar o que sabem sobre determinados assuntos. Isso gera reputação e, consequentemente, confiança.
O que eu aprendi durante tantos anos atendendo a profissionais da saúde é que quando eles percebem que é importante estar em ambiente online, eles começam pelo outbound marketing e então recebem críticas de colegas e, às vezes, até sanções de seus órgãos fiscalizatórios.
Boas práticas e estratégias alinhadas de inbound marketing são soluções mais eficazes para que os profissionais da saúde criem reputação para suas marcas, cresçam sua visibilidade e, consequentemente, aumentem o retorno de suas clínicas e consultórios.
