Se você se interessa por marketing digital é muito provável que já ouviu falar em personas. Porém, será que criar um “personagem” para melhor trabalhar os seus conteúdos e suas estratégias é realmente importante?
É uma polêmica entre os mais conservadores e os mais antenados. Até bem pouco tempo atrás não se falava em personas, apenas em público alvo. A grande diferença entre um e outro está na qualidade das informações que se têm acerca deles.
Enquanto o público alvo sintetiza características demográficas e quantitativas de uma parcela de pessoas que atende aos requisitos para serem consumidores de determinadas marcas (produtos ou serviços), as personas trazem informações qualitativas e mais personalizadas sobre essa mesma parcela.
Personas podem ser definidas como personificações do público alvo, ou seja, o público que antes era definido apenas com informações quantitativas passa a ganhar nome, biografia, gostos, interesses e o mais importante, necessidades que sua marca pode resolver. Esse último ponto é possível que você já tenha visto como dor, mas vamos chamar de necessidade.
Como criar uma persona
Muitas pessoas quando começam a definir suas personas – sim, é provável que você tenha mais de uma – tendem a se inspirarem em algum cliente específico e isso é o maior erro que você pode cometer na hora de definir uma persona.
Uma persona é singular e deve representar todo o seu público alvo. É por essa razão que criamos mais de uma persona, pois o público alvo é algo complexo com diversidade que não pode ser representada por uma “única pessoa”.
Mas você pode estar se perguntando “eu tenho que inventar um personagem fictício?” É exatamente isso, porém essa criação deve levar em consideração as características do seu público alvo. Veja abaixo o exemplo para simplificar:
Classe C, 30 – 44 anos, mulher, moradora de Belo Horizonte.
IsIsso é uma definição de público alvo. É amplo, não especifica muito e não a identifica como pessoa, mas sim como algo amplo que não consegue ser singular.
Carol, 32 anos, engenheira, moradora da região leste de Belo Horizonte. Solteira. Busca melhor se posicionar na sua área de atuação predominantemente masculina. Tem uma filha de 4 anos que cria com apoio da mãe. Usa as redes sociais frequentemente, mas não tem o hábito de fazer postagens. Utiliza apenas como diversão e passatempo.
Isso é um exemplo de persona. Note que o primeiro ponto a chamar a atenção é a escolha do nome. A partir desse momento, você não cria estratégia ou conteúdo para algo abstrato, mas sim para uma pessoa. Já muda o foco.
A partir daí, cria-se detalhes dessa pessoa para que as estratégias sejam pensadas e direcionadas a ela.
O real motivo disso é conseguir humanizar o marketing e a comunicação e ser mais assertivo e direto ao público alvo. Quando criamos algo para uma pessoa tendemos a nos preocupar com pontos importantes como o entendimento da mensagem, por exemplo, que muitas vezes pode passar batido quando não se tem alguém para direcionar.
Como chegar nos pontos da persona a serem determinados
Não existe um modelo certo do que se deve determinar para uma persona, existem sugestões de pontos que funcionam mais facilmente, mas as reais características que podem agregar à construção da sua estratégia de marketing para aumentar sua promoção devem ser moldadas conforme as necessidades de sua marca ou de seu negócio.
Os pontos abaixo são ideias para iniciar sua construção:
- Nome
- Idade exata
- Estado civil
- Tem filhos?
- Consome internet?
- Quais mídias consome?
- Profissão:
- Qual a necessidade da persona sua marca resolve?
Use a criatividade, mas não se esqueça de pensar em seu negócio e em quais características seus consumidores têm para que a partir desse conhecimento sua persona seja criada.
E pequeno negócio precisa de persona?
Se você chegou até aqui talvez já esteja convencide de que sim, mas caso os argumentos ainda não tenham sido suficientes, vou apresentar mais um:
Pequenos negócios tendem a nascer no Brasil a partir do empreendedorismo de necessidade, ou seja, aquele em que acontece mediante uma necessidade do empreendedor e isso, muitas vezes, leva a pouca profissionalização do negócio.
Geralmente, um pequeno negócio tem pouco investimento financeiro, mas muito investimento de tempo do empresário. No entanto, esse tempo costuma ser canalizado quase que exclusivamente no processo de vendas, tratando do marketing de forma secundária e apenas percebendo sua real necessidade quando suas vendas caem.
Se pequenas empresas olharem para o marketing de forma mais profissional, entenderão que a definição de personas ou de uma única – para começar basta – muito da estratégia que por vezes vezes estão sendo feitas apenas com base em redes sociais, tornarão mais palpáveis e simples de serem pensadas.
A definição de persona não resulta apenas em boas ações de marketing, mas também em melhores processos de vendas e de atendimento, por exemplo. Vale a pena investir.
