Dancinhas do Tik Tok são mesmo o caminho para o sucesso digital?

Será que todo negócio precisa fazer dancinhas do Tik Tok? Este artigo é opinativo e traz uma reflexão sobre o ponto.

Não cabe a este artigo opinar sobre ser cool, descolada ou desastrosa uma dancinha do Tik Tok, mas sim discutir se a estratégia faz sentindo ou não para qualquer tipo de negócio.

Eu sou da opinião de que quando algo fica muito em alta isso é sinal de que vai indo bem. Por exemplo, quando você começa a receber mensagens críticas na sua DM ou reservadamente em algum outro meio, isso significa que você está no caminho. Quando você receber abertamente, abra o champagne. Sério mesmo! Por mais estranho que isso possa parecer, não é o elogio que mede seu sucesso – analisando sucesso em termos de alcance – em uma rede social, é a crítica.

Isso me traz uma outra reflexão sobre a pauta e você há de perceber semelhança em algum comportamento ou em algum buzz que já tenha acompanhado por aí. Quando um digital influencar se mete em alguma situação polêmica o que acontece com essa pessoa? Ela sobe para os trend topics da internet.

E é assim, sério, somos nós que fazemos isso e ajudamos, muitas vezes, na disseminação de comportamentos que abominamos ou de situações que para nós são detestáveis. E não adianta enviar só no reservado de uma amigo, o fato de encaminhar uma publicação – em qualquer plataforma – significa engajamento e quanto maior o engajamento, maior a visibilidade. Sim, isso sim é diretamente proporcional.

Mas voltemos às dancinhas do Tik Tok

Tudo isso eu quis colocar para que você entenda que quanto mais você criticar publicamente uma dancinha do tik tok, mais sucesso ela terá. Além disso, há um outro fator importante que você, por estar tão obcecado em criticar quem faz dancinhas, não está olhando: mudança de gerações consumidoras.

O tik tok vem originalmente de um app chamado musical.ly, algo que se você tem mais de 30 anos provavlemnte nunca teve baixado no seu celular. O finado app nada mais era do que um local que a geração z usava para fazer dancinhas e dublagens em cima de grandes sucessos do momento. Sabe qual música bombava por lá? Can stop the feeling do Justin Timberlake. Essa música é de 2016, o auge do musical.ly. Se você não lembra qual música é essa, tá aí.

O que aprendemos com isso? Pelo menos duas coisas:

  • O clip dessa música com pessoas reais dançando em qualquer lugar pode ter iniciado um movimento;
  • A geração z consome mídias de fácil consumo e não é dada a leitura e escrita.

Ora ora, temos um Sherlock Holmes aqui! Nada disso, mas vem comigo:

Naquela época ninguém olhava para o Musical.ly porque ele não tinha valor para o marketing digital. No entanto, em 2018 quando ele passou a ser chamado de Tik Tok, carregando todos os seus usuários geração z para dentro, ele cresceu tanto de forma tão exponencial que foi inevitável. O Tik Tok era agora um canal de marketing e uma pedra no sapato do Instagram.

Charli D’Amelio pode ser um nome que não diz nada para você, mas ela é como a Kim Kardashian do Tik Tok em termos de tamanho de perfil e alcance. D’Amelio é uma GenZ de 18 anos que deteve por muito tempo o posto de maior conta do Tik Tok. Sabe o que ela cria? Dancinhas que com certeza você já viu em algum lugar.

Mas não somente de dancinhas do Tik Tok ele vive. Conforme outras gerações foram entrando na plataforma, ela passou de um app de karaoke e dublagens para uma plataforma de entretenimento. Sim, é dessa maneira que o Tik Tok se denomina. E não é por isso que ela não funciona como canal de marketing, muito pelo contrário. Sabe quem também não é rede social? O youtube.

O que a gente precisa então é fazer dancinha do Tik Tok?

Seria muito simples concluir isso chegando até aqui, mas a resposta é não. Nem toda marca vai fazer dancinhas no Tik Tok ou fora dela. Isso não funciona para todo mundo e eu poderia listas diversos motivos, mas vou te dar apenas dois:

  • Precisa ser espontâneo para ser bom;
  • Se seu público abominar isso, você terá um grande problema.

A escolha da estratégia que funcionará e lhe dará retorno depende do seu posicionamento enquanto marca e do seu total alinhamento com o seu público. É por isso que definir personas – brand e byer – não é uma bobagem.

Se o seu público é a geração z e você precisa estar no Tik Tok, entenda o que ele consome lá dentro. Pesquise, estude e não apenas siga um efeito manada por achar que está ficando para trás. Alguns segmentos podem ter grande problemas em relação a se posicionarem com humor e você precisa entender onde está o seu ponto nesse jogo.

Uma dica de ouro e que é muito relevante para você entender como sobreviver no Tik Tok, ou em sua cópia mal feita que é o Reels sem fazer dancinhas, é olhar para um detalhe que as pessoas não estão olhando: edição, cortes e tempo dos vídeos que seu público está consumindo nas plataformas. Como extra, performance do interlocutor e storytelling. Esse é o caminho.

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