Crossmedia é um termo que foi criado nos anos 90 e diz respeito à publicidade em diversos meios. Hoje, ele também é conhecido como marketing 360º e, na Era das redes sociais, o termo pode ser empregado na distribuição de conteúdos, e em sua adequação, a diversos meios.
É muito comum pessoas aproveitarem um conteúdo publicado no Instagram, por exemplo, e compartilha-lo em outra rede social, no entanto, essa estratégia não é a mais adequada e muito menos pode ser considerada crossmedia.
Cada rede social dispõe de um formato, assim como suporta determinados tipos de conteúdos. Daí a necessidade de adequação do que é publicado em uma rede social para o compartilhamento em outras.
A prova de que adequar conteúdos para entrega-los à audiência em diversas redes sociais está em uma recente pesquisa realizada pela Kantar.
O estudo apontou que, dentre as famosas Lives da quarentena, as que apresentaram melhor audiência foram aquelas oferecidas ao público também em canais de TV. Esse fato ocorre graças à pulverização do público. Rapidamente passamos de um aplicativo para outro quase que de maneira robótica.
O acesso de uma rede social para outra é simples e fácil de ser realizado por um arrastar de dedo. Já a mudança de um canal de TV – se você não tiver inteligências artificiais que façam isso por você – necessita de maior mobilidade de seus dedos.
Crossmedia e Masterchef no Twitter
Durante a primeiro temporada do programa Masterchef, o Twitter – cujo público sempre utilizou para expressar comentários sobre programas de TVs, filmes ou mesmo novelas – manteve o nome do programa em seus Trend Topics durante toda a temporada.
Pode-se dizer que foi o programa que popularizou o compartilhamento dos comentários ao vivo no Twitter na tela da TV durante a exibição do programa. Uma clara e indiscutível ação de crossmedia.
Mas o programa não parou por aí. O sucesso do Masterchef no Twitter foi tanto que durante sua segunda temporada a produção investiu ainda mais em ações de crossmedia e, durante a grande final, informou segundos antes à audiência da rede social quem foi o vencedor daquela edição.
Tudo isso pode ser caracterizado como crossmedia e é preciso pensar nela não mais como uma adaptação do conteúdo ao meio, mas sim como ponto chave na produção do conteúdo destinado a cada meio.
Embora, muitas vezes, o tema do conteúdo possa ser o mesmo, há que se estruturar uma estratégia de crossmedia para a melhor distribuição do conteúdo, uma vez que o comportamento do público é distinto em cada uma delas.
A novidade é que antes crossmedia era feita do antigo para o moderno e hoje parece integrar o moderno ao antigo, como o caso das Lives nos canais de TV.
O sucesso das lives na TV ajuda a mostrar como as emissoras ainda têm forte peso no quesito audiência, mesmo com seu crescimento em desvantagem em relação aos serviços de streaming e de plataformas de vídeos online como o Youtube, por exemplo.
Uma grande saída para a saturação das redes sociais – que já se torna realidade – é investir em crossmedia. Entregar seu conteúdo pulverizado, e adaptado, para atingir o público que cada vez mais pulverizado está.
